Nos dias perturbados ela aprendera sobre o fluxo da consciência.
Não que tivesse sido uma escolha própria. Foi-lhe dado pelos percalços todos, quando se apercebeu que a mente é apenas um oitavo de uma coisa maior.
Que coisa maior, poderíamos perguntar a ela?
Ela não saberia dizer, provavelmente, talvez, sua mente, tamanho-de-baleia, coisa magra, feita de RAMOS, fosse uma sensação blue.
Não que adiante perscrutar a mente dela.
Porque o tamanho do mar ou da seca eram enormes demais para serem problematizados.
Apenas enormes e tão pequeninos, disse o outro.
O outro disse mais, disse que o som de jazz, na melodia blues, eram apenas coadjuvantes, quando elas cantavam numa oitava sempre superior ao que o próprio ouvido estava disposto a ouvir.
Ela era morena, sabida de samba, feita a sorrir, ainda que pouco afeita aos demais.
Quase não conseguia dizer que só queria a você, o prazer, carnaval, sem saber que a cada balada dada era uma esquina dobrada, quando os anos mais os anos se acumulam numa música de língua toda estrangeira.
Assim passavam os fluxos nada conscientes.
Até o dia que numa páscoa qualquer, dias depois, ganhou dos ovos que esperou, apenas a embalagem mais preciosa dela.
Nada além da embalagem.
Não tinha gosto de açúcar, tampouco de farinha. Era feito bolo, bolo de amêndoas.
E ainda dizem, disse ela, que sexo com camisinha é sem gosto.
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