Era
uma vez uma pequena que veio de muito, muito longe, do outro lado do mundo,
daquele lado de lá que a gente pensa sobre o que aconteceria conosco sem a
gravidade, quando caímos em buracos pela vida afora. Quando ela veio, veio como
semente, cruzando mares.
Para
alguns, ela era uma promessa, um espírito, uma ideia. Eu sempre a pensei como
semente. O fato é que ela chegou depois de uma longa travessia. Veio embalada
na esperança de novos futuros, de novas habitações, veio como célula a germinar
após duas gerações de travessia.
Logo
cedo, essa pequena aprendeu a colher. Não raro, era vista ora nos bananais de
sua família, ora pilotando uma grande máquina de entrega dos frutos. Foi na
terra, portanto, que ela cresceu. Mas logo, aprendeu a olhar para o céu. Como se
ainda tivesse em seu íntimo toda a potência das travessias e, quando chegou o momento, o
cruzou.
Foi
para uma terra também distante. Veio para perto do mar. Aqui fez família,
jarros em flor, ofertou orquídeas aos mais chegados, encantou muitos e estudou
os astros.
Se
apaixonou pelo sertão e lá, apenas ela, sentia a brisa de todas as travessias.
Desde
pequena princesa, até se empoderar rainha, sem príncipe, sem rei, sem reino.
Apenas a senhora do mar e da brisa.
Um
dia, talvez, eu termine essa história, mas ainda não é chegado o tempo, pois há
muita terra ainda a ser germinada. Por isso, essa é uma história curtinha, ainda
existem muitas linhas a serem preenchidas pelas travessias dessa pequena, tão
grande, rainha do mar e da brisa.
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